Árvores capazes de viver mais tempo

O Parque das Sequoias é uma coleção de árvores da família das coníferas trazidas de todos os continentes para serem observadas, a fim de substituírem os pinheiros da região, explorados pelas madeireiras, e que possuem um crescimento muito lento. Desde 1945, foram experimentadas mais de 70 espécies de coníferas.

As coníferas são fornecedoras de madeira para os mais diversos fins, lenha, carvão, celulose, resinas, terebentina, aguarrás, vernizes, bálsamos e óleos utilizados na medicina, perfumaria, tintas para produções artísticas entre outros usos. Seguem informações de algumas das espécies de coníferas que foram plantadas segundo o histórico do parque. A implantação do “Coniferetum” foi durante a década de 50 (1950 a 1960).

Considerada uma das maiores coleções de coníferas, o Parque das Sequoias possui árvores importantes no contesto cultural, destacando-se entre elas, as Sequoias, que são as árvores mais altas do mundo quando atingem o ápice de sua vida. Tais árvores podem chegar aos três mil anos de vida, 120 metros de altura e de 12 a 15 metros de diâmetro. No parque, as maiores com somente 70 anos chegam a atingir mais de 40 metros de altura e 1,5 m de diâmetro.

As espécies em destaque possuem mais informações, basta clicar sobre seus nomes:

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S2-Sequoia sempervirens (Redwood) (Norte da Califórnia ao Sul do Oregon – USA)

Considerada a árvore mais alta do planeta, atingindo 120 metros , com idade de até 2500 anos. Habita altitudes de até 900 metros, tendo se aclimatado bem até agora. Foram plantadas de sementes a partir de 26 de fevereiro de 1950 e hoje já ultrapassam nossa mata nativa em altura, levando em conta que nossos pinheiros e cedros passam dos 100 a 200 anos.

S3-Metasequoia glyptostroboides (Dawn Redwood) China

Conhecida como fóssil e supostamente extinta, foram encontradas sementes nas geleiras da China junto aos mamutes, intactos. Semeadas as sementes que hibernavam, germinaram algumas, voltando a existir a espécie sobre o planeta. Duas mudas foram presenteadas pelo cônsul da Inglaterra que vingam até hoje. Sabe-se, hoje, que resistiram alguns exemplares na China de onde também foram produzidas novas mudas. Ao contrário da anterior que é uma espécie “sempre verde”, esta é caduca, perdendo as folhas, que ficam com uma tonalidade de ferrugem no outono. Recebemos, mais tarde, 97 sementes de baixíssimo poder germinativo.

S1 – Sequoiadendron giganteum (Big Tree; Mammoth tree) Serra Nevada, Califórnia – USA

Esta espécie também foi experimentada no parque e na primeira experiência não sobreviveu por mais de 20 anos. Este ano foi plantado um novo exemplar. Atinge a altura de 100 metros e o diâmetro da base atinge 15 metros; considerada a árvore mais volumosa sobre a terra. Encontram-se exemplares com 3500 anos de idade. Vive em altitudes que variam de 1400 a 2400 metros acima do nível do mar, provável razão de não resistir dentro deste parque por mais de 20 anos, pois estamos a apenas 870 metros de altitude, faltando por tanto um inverno mais definido e prolongado.

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A1-Ginkgo biloba (Nogueira do Japão – Golden Tree – Icho) China e Japão

A Gingko biloba é a espécie arbórea mais antiga ainda em vida sobre a terra, remontando a mais de 150 milhões de anos sua existência sobre o planeta. É contemporânea do dinossauro, sendo encontrada fossilizada em todo o planeta, acredita-se que a Ginkgo biloba tenha resistido no leste da Ásia as intempéries da evolução do planeta, sendo por isso considerada por muitos como um fóssil vivo. Pela longevidade da espécie se tornou um símbolo da experiência de vida confundindo nas lendas como um “Phoenix”, tanto que é usada como símbolo em religiões orientais. A tal ponto é o seu efeito místico que em maio de 1828 Goethe lhe dedica um verso. Na medicina é utilizada com o nome de Tanakan. Recebe adjetividades como prateada, pela cor dos frutos, ou dourada pela cor das folhas antes de caírem no outono. É usada como um vasodilatador e portanto auxilia na circulação, principalmente no cérebro, e ajuda nas questões de memória e labirintite.

Q1-Podocarpus Lambertii =Selowii (Pinheiro Bravo, Pinho Bravo) [RS, Brasil]

  • Nosso Pinheiro Bravo, bastante raro, basicamente habita somente a nossa serra, seus pseudofrutos são muito apreciados pelos nosso periquitos e também por pessoas. Houve uma tese defendendo a antiga união entre a África e a América do Sul baseada na existência da mesma espécie do nosso Pinheiro Bravo, numa pequeníssima escala da África no mesmo paralelo 30 em que nos encontramos. A Família dos Podocarpus como a das Araucárias são basicamente as únicas coníferas do Hemisfério Sul. Dentre as demais espécies de coníferas experimentadas temos:

G10 – Chamæcyparis pisifera plumosa glauca – Retinospora glauca (Plume retinospora) [Japão]

As Chamaecyparis são muito usadas para o paisagismo, muitas em função do sol alteram suas cores entre o verde e o dourado.

  • H1 – Cryptomeria japonica (Sugi) [Japão]
  • H2 – Cryptomeria japonica elegans [Japão]
  • H3 – Cryptomeria japonica lobbii [Java]
  • I1 – Cunninghamia sinensis (China Fir; Sha-Shu; Pinheiro Alemão) [China]

No Brasil é muito utilizada como pinheiro de natal e é chamada de pinheiro alemão, mesmo que sua origem seja chinesa. Na fase jovem é semelhante a araucária, porém na fase adulta mantém os galhos em toda a árvore, ao contrário da araucária que mantém apenas na parte superior.

  • J1 – Cupressus funebris (Mourning Cypress) [China]
  • J2 – Cupressus lusitanica (Mexican Cypress; Portuguese Cypress) [México, Portugal]

Os ciprestes provavelmente sejam as coníferas mais difundidas do planeta. É de rápido crescimento em praticamente todos os climas. Se prestam para os mais diversos fins, desde quebra ventos, cercas vivas, árvores ornamentais, pequenos bosques e principalmente na jardinagem para podas ornamentais, fazendo-se verdadeiras esculturas vivas.

  • M4 – Picea Morinda = Smithiana [Himalaia]

Algumas variedades de Piceas são utilizadas como pinheiros de natal no norte da Europa, principalmente na Rússia, na Noruega, na Finlândia e na Suécia.

  • P4 – Pinus caribaea= Elliottii (Slash Pine; Swamp Pine) [Cuba, Honduras, USA]
  • P21 – Pinus palustris (Longleaf Pine) [Sudeste dos USA]
  • P22 – Pinus patula= oocarpa [Guatemala, México]
  • P32 – Pinus Strobus (Eastern White Pine) [Nordeste dos USA]
  • P38 – Pinus virginiana (Scrub Pine; Jersey pine) [Centro-Leste dos USA] –

O Pinus caribaea aqui mais conhecido como Elliottii é em nossa região o mais difundido para o reflorestamento industrial, seguido do Pinus Taeda. Os pinus que produzem sementes comestíveis muito utilizadas pelos nativos são os Pinus Sabiniana ( Digger Pine ), nome que provem dos índios Digger da Califórnia e os Pinus Cembra, Pinus Pinea, Pinus Roxburghi, entre outros que não temos em nosso parque.

  • T1-Taxodium distichum (Bald Cypress) [Flórida, Sudeste dos USA] –

Parente muito próxima da Metasequoia, muitas vezes se confundem. Esta espécie habita pântanos gerando raízes aéreas. Por ser caduca é chamada de cipreste pelado nos USA e cipreste de banhado na Alemanha.

U1- Taxus baccata nana (European Yew) [da Inglaterra ao Norte da África, Índia]

  • V3-Thuja orientalis pendula [China]
  • W1-Thulopsis dolabrata variegata (Hiba arbor-vitae) [Japão]

Abaixo relacionamos outras árvores e arbustos, não mais coníferas, mas também originárias de regiões distintas da nossa, que se encontram no parque:

  • X1- Hydrangea opulcides (Hortênsia) [China e Japão] – Arbusto, introduzido na região antes da década de 40 como decorativo. Hoje, flor símbolo da nossa região. Floresce no final da primavera até o final do verão. Encontramos variedades nas mais diversas tonalidades de cores, do branco ao azul, do rosa ao violeta, mas o mais raro é o laranja-tijolo. Podemos afirmar que foi a geradora dos primeiros fluxos turísticos organizados, a partir das “Festas das Hortênsias”, pois até então as pessoas vinham à cidade somente na temporada de férias.
  • X2-Rhododendron (Azaléia) [Leste da Ásia, Leste da América do Norte] – Arbusto perene, embora de espécies diferentes, facilmente confundidas por botânicos em suas próprias origens pela semelhança e comportamento vegetativo. Introduzida nos anos 40 com maior intensidade, tendo inúmeras variedades, desde pequenas, apropriadas para vasos até arbustos com mais de 4 metros com flores simples ou duplas nas mais variadas tonalidades ou composições de cores, por isso, bastante ornamental. Floresce aqui de meados de setembro a outubro conforme a variedade.
  • X5-Diospyrus kaki (Caqui) [China] – Frutífera ornamental, pois no outono as folhas passam do verde para um laranja e ao caírem ( caducas ) permanecem somente os frutos que também ao amadurecerem, possuem uma coloração laranja. Muito cultivada no Japão, de onde descendem inúmeras variedades, largamente utilizada em nossa região colonial como frutífera de outono e inverno.
  • X6-Ilex opaca (American Holly) [Sudeste dos USA] – Parente botânica da nossa erva-mate ( Ilex Paraguaiensis ) porém da América do Norte. Lá os ramos frutificados (frutos vermelhos) são muito utilizados nas decorações natalinas, daí seu nome popular . Árvore perene atingindo excepcionalmente 24 metros de altura lembrando a “English Holly” ( Ilex Aquifolium ), sendo encontradas árvores centenárias na América do Norte. Variedades também encontradas no sul da Europa. São da família das Aquifoliáceas, significando árvores com folhas espinhentas. Existem aproximadamente 13 espécies de llex nos USA sendo esta a única com importância econômica. Das folhas e casca é extraída a “Ilicin”, material amargo possuindo propriedades tônicas. Em infusão, as folhas são utilizadas para tratar febre e reumatismo.X08- Quercus (Carvalho; Oak; Eiche; Roble) [USA, Europa] – Este exemplar é provavelmente europeu. Árvore caduca, de madeira de lei, muito apreciada por ser bastante pesada e compacta, muito utilizada no fabrico de barris e pipas, nos quais fermentam e envelhecem as mais nobres bebidas, dando uma coloração e aroma característico. As sementes são muito apreciadas pelos esquilos. Esta espécie ocupa praticamente as regiões baixas de todo os USA. Há uma variedade “Quercus alba” que gera provavelmente o nome da família latina Albuquerque.
  • X9- Juglans regis (Nogueira; Walnut; Wallnuss) [USA, Europa] – Árvore caduca, atinge até 30 metros de altura. Produz nossa conhecida noz de natal.
  • X10-Castanea sativa (Castanha; Chestnut; Kastanhen) [Norte do Mediterrâneo, USA] – Árvore caduca, atinge até 25 metros de altura. Produz um fruto em forma de ouriço, sendo sua semente uma castanha conhecida como portuguesa ou italiana, lá sendo muito apreciada nos festejos natalinos.X11- Corylus Avellana (Avelã; Hanzel-Nut; Haselnuss) [Europa] – Arbusto de 4 metros. Produz semente comestível, apreciado pelos esquilos, aqui são utilizados nos festejos natalinos.
  • X12- Platanus occidentalis (Plátano; Syca More; Platane) [USA, Europa] – Árvore caduca, atinge 20 metros, muito ornamental, é utilizada em alamedas e praças. Símbolo em nossa região da Rota Romântica.
  • X14- Eucalyptus (Eucalipto) [Oceania] – Árvore perene, existindo mais de 200 espécies, aqui utilizada para lenha, carvão, dormentes de estrada de ferro, postes de energia elétrica. Hoje também utilizada na produção de madeiras (tábuas, caibros, etc… ) De rapidíssimo crescimento, serve como escoras na construção civil. Como rebrota com facilidade, permite um aproveitamento industrial a curtíssimo prazo. Tem contra si a qualidade de secar demasiadamente a terra, tirando-lhe praticamente toda a fertilidade, sem dar retorno. Portanto, indicada para terrenos úmidos e mesmo encharcados. A espécie Citreodara espele um aroma forte de limão . A essência de suas folhas é largamente utilizada nos laboratórios farmacológicos, aromatizando medicamentos, sabonetes, detergentes e produtos de limpeza. Na Austrália é considerada a árvore mais alta do mundo, com mais de 100 metros de altura, contestando os norte-americanos quanto as suas Sequóias.
  • X15-Hovenia dulcis (Uva do Japão) [Japão] – Árvore caduca atinge aproximadamente 25 metros. Produz pseudofrutos comestíveis muito apreciados pelas aves; amadurece de junho a julho.
  • X16- Cinnamomum zeylanicum (Canela da Índia) [Ceilão, Índia] – Árvore de grande porte. Nas culturas comerciais é mantido como arbusto. Deste vegetal a partir dos ramos de até 2 cm de diâmetro, é utilizada a casca que após o processamento gera a “canela em casca” ou em “pó”, que é muito utilizada como aromatizante.

Várias espécies típicas de nossa região também estão presentes no Parque. Por serem mais conhecidas através de seu nome popular relacionamos na ordem inversa das exóticas ( nome popular e após o nome científico ) para facilitar o seu reconhecimento e identificação.

Árvore perene de 10 a 15 metros de altura. Fruto vermelho a preto quando maduro, muito apreciado pelos pássaros que são os responsáveis pela disseminação nativa da espécie na mata. Suas folhas e ramos novos são industrializados na forma de chá de infusão, ou seja, o “chimarrão” e de chá de mate. Utilizada desde o tempo dos indígenas. Com água fria forma o “tererê”, muito comum no Paraguai. É a árvore símbolo do Rio Grande do Sul, escolhida pela sua importância econômica.

Planta muito primitiva, não produz flores nem frutos. Muito ornamental, assemelha-se à palmeira, é ótimo guarda -sol, porém é de crescimento lento, levando “100” anos em média para crescer 1 metro em situação favorável, ou seja, sombrio e úmido. O caule foi utilizado no fabrico de vasos para orquídeas e outras flores e folhagens. Seus cavacos e pó triturados misturados a terra são utilizados como fertilizantes florais. Existe um grande número de variedades, principalmente das espécie Alsophila.